sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E lá se foram 36 anos....

CATEDRAL ANGLICANA DE SÃO PAULO

Dia 21/08 foi meu aniversário e dessa vez, diferente de quase todos os outros anos da minha vida, a primeira coisa que fiz foi ir à Igreja agradecer por tudo de bom que aconteceu na minha vida no ano que passou, e por todas as coisas "ruins" também. Acho que de agosto/11 a agosto/12, eu aprendi mais coisas do que na minha vida inteira.

Foi o ano que me tornei mãe. E aprendi na sua essência verdadeira o que é isso. Eu não fui daquelas grávidas que já amava de paixão o filho desde a barriga. Apesar de ser extremamente emocional, eu acredito que qualquer tipo de amor, inclusive o que existe entre mães e filhos é construído com a convivência. Claro que quando a Duda nasceu, eu me apaixonei à primeira vista ( quem não se apaixonaria?!), mas o amor materno, aquele do qual as pessoas falam o tempo todo, este,vem sendo construído ao longo desses quase dois anos com ela. Aprendi que tem horas sim, que você perde a paciência, que dá vontade de jogar tudo pro alto e sair correndo literalmente, mas em um lapso de segundo, você olha para aquele rostinho, e vê que nunca mais na sua vida dá pra viver sem ela. Hipocrisia da mãe que disser que nunca perdeu a paciência! Mas, aquilo que dizem que, depois que você tem filhos, eles estão sempre em primeiro lugar, é a mais pura verdade. E, sinceramente, é a melhor sensação do mundo. Não daria pra passar nessa vida sem ter tido a experiência de ser mãe.

AMOR INCONDICIONAL


Foi ano que aprendi também, que não se pode confiar nas pessoas 100%. As pessoas podem até se perguntar: "Nossa, mas com 36 anos e ainda não sabia disso?". Pois é. Ou não sabia ou não queria enxergar. Uma coisa é certa: quando é pra salvar a própria pele, as pessoas te jogam no fogo e dane-se você. Mudam a história, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e pra elas fica tudo certo. Mas agradeci muito a Deus / Universo por isso. Acho que isso já me vinha sendo mostrado há muito tempo, mas esse ano, a paulada foi tão grande, que eu não tive opção: aprender ou aprender. Eu sempre fui daquelas pessoas com 50 turmas, 45678 milhões de "amigos", falava da minha vida pra Deus e o mundo vide o blog rs, amava todo mundo. Gente, não dá pra ser assim. Que pena.

Foi o ano de aprender também, que ser amiga nem sempre é compartilhar e dar palpite em tuuuuudo. Você pode sim dar palpite, você pode sim aconselhar, mas não pode tomar as dores...É difícil, né?! Ser imparcial em situações envolvendo pessoas que você adora é realmente complicado. Mas é o melhor a se fazer. Acho que ser amiga hoje pra mim, é ser mais como uma psicóloga sabe? Mostra um lado, mostra o outro, e deixa a pessoa seguir o que ela acha que é melhor pra ela. E se não der certo a escolha, o seu papel como amiga é estar lá pra dar um ombro amigo. Só.

Aprendi também que você pode planejar a sua vida nos mínimos detalhes, mas as coisas vão acontecer como elas tiverem que acontecer. Desde janeiro vinha me planejando pra fazer a Maratona de Chicago, treinando direitinho, fazendo fisio preventiva, musculação, elevando o volume aos poucos para não me quebrar. Mas aquela dor da qual falei no post passado, era nada mais nada menos, que outra fratura por stress. Então, não teve jeito: maratona pro saco. Chorei, me revoltei, xinguei, fiquei num mau-humor do cão só o Fabio sabe....,  mas cheguei à conclusão que poderia ter feito o que fosse, isso não ia curar minha fratura. Então ok. Oito semanas parada e bola pra frente. Contei com o apoio de algumas pessoas MUITO especiais nessa fase ( Mãe, Vivi,  Fabio e David ) que me ajudaram a enxergar de uma forma mais "leve" tudo isso...

PENDURANDO OS TÊNIS POR 8 SEMANAS...


E em consequência disso, também aprendi a falar menos, BEM menos da minha vida. Semana passada fui ao Centro tomar um passe e o orientador me disse: "Minha filha, escolha para quem falar as coisas da sua vida. É do ser humano sentimentos como a inveja. E esse sentimento é como uma lança que vai apontada diretamente pra você.". Eu sempre adorei postar meus treinos, minhas evoluções, o que ia fazer ou deixar de fazer. Não só aqui, mas em Facebook, Twitter e por aí vai. Então, cancelei minha conta no Twitter, posto bem menos no Facebook (até porque isso me tomava um tempo gigaaaante!) e estou tentando me controlar pra ser menos "bocão". Ontem fiz um "limpa" nos meus "amigos" de Fb. Aqueles que adoram só olhar, que não comentam ( na sua página né?! Mas adoram falar DE você pra Deus e o mundo), foram excluídos. Que bom. Menos quantidade e mais qualidade!

Talvez por tudo isso, o conteúdo do blog mude um pouco... Primeiro tinha pensado em excluí-lo, mas esse é meu jeito de me satisfazer como "blogueira" (quaaanta pretensão!) rs.

Tomara que em agosto/13, quando eu fizer o balanço dos meus 37 anos, eu não tenha cometido os mesmo erros dos 36. Que Deus me ajude, me ilumine e me guarde nesse novo ano que pra mim se inicia!


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A GOLDEN 4 SP E ALGUMAS COISINHAS MAIS....



Essa foto foi tirada pelo pessoal da Asics na chegada. O choro não foi de alegria ou de emoção. Foi de dor. Dor física e dor da alma. Passou um filme na minha cabeça de tudo o que treinei, de quantos momentos com a minha familia e amigos eu abdiquei em prol de um sonho. Sonho este que está a um passo de não se concretizar.



Dia 05/08 foi a Golden 4 Asics aqui em São Paulo. É uma prova ótima, percurso bom, boa hidratação e era pra ser uma "prévia" em termos de Chicago.

O que acontece é que duas semanas antes da prova, comecei a sentir depois de um treino, a panturrilha. Fisio daqui, gelo dali, parei de correr durante este tempo, porque achei que fosse apenas um "stress muscular" por conta da maratona. Na semana da G4 voltei a treinar, ainda sentindo um pouco, e domingo fui pra prova.

Foi um fds especial, porque a Vivi, uma amiga de Curitiba veio pra cá, ficou em casa, relaxamos bastante antes de domingo. A prova em si, era pra ser especial. mas não foi bem isso que aconteceu.

Combinei com o David, meu fisio, que ele me "pegaria" no km 12 pra me puxar e terminar comigo a prova. Já saí com uma dorzinha chata na panturrilha, que foi aumentando com a distância, mas resolvi continuar ( como eu ODEIO ser assim! ). Além disso, o cardio não estava dos melhores, pelas duas semanas que havia ficado parada. Quando encontrei o David, disse pra ele o que estava acontecendo e fomos administrando até o final.

Foi o meu pior tempo de meia maratona desde que comecei a correr. Eu sei que para muitos, o meu tempo "quebrada" é um sonho. Mas para mim, foi um horror (1h52m). Junto ao tempo, veio a pergunta: "E agora pra treinar pra Chicago?".

Hoje, 13/08, faltam menos de 2 meses pra prova. A dor na panturrilha permanece e ninguém consegue descobrir o que é. Não é por falta de exames, de um bom médico, de um bom hospital, de um bom fisio. Simplesmente é um MISTÉRIO.

Eu nunca fui muito boa em lidar com frustrações. Eu surto, choro, fico mal mesmo. Se fosse uma prova qualquer, iria sofrer, mas não como essa. Chicago foi uma prova planejada desde quando a Duda estava na minha barriga. Ou seja, quase dois anos sonhando em fazê-la. Eu estava no melhor do meu cardio, da minha performance, planejando tempo apesar de saber que nao devemos pensar em tempo na primeira maratona , TODOS OS DIAS fechando os olhos e me vendo cruzar aquela linha de chegada, sentindo a emoção ( pode me chamar de louca, mas às vezes sentia tão real que até chorava!) de terminar a minha primeira maratona. Não adianta os meus amigos que estão acompanhando tudo isso, o Fabio que é para quem mais está sobrando rebarbas dessa história, meu treinador, o David, me falarem que eu tenho mais "n" provas pela vida, que posso planejar outras , etc, etc... Acho que não gosto de perder....

Eu não sei se vou poder mais correr essa prova. Amanhã é a minha última tentativa para que alguém descubra o que é isso. Conversei com meu treinador e, se ficar mais 15 dias parada, posso pendurar meu tênis pra essa maratona. Não quero mais criar NENHUMA expectativa de ir pra Chicago. Isso não é ser pessimista, é ser realista, é saber que sou uma pessoa que talvez não "saiba" levar um tombo...

Que horrível. Sério. Não quero de jeito nenhum que a Duda seja assim! Sei que não depende só de mim, que isso terá muito a ver com a personalidade dela... Mas...Que Deus ouça as minhas preces e me faça mostrar a ela que a vida é feita de altos e baixos e que, pro nosso bem e crescimento, devemos aprender a lidar muito bem com eles.

Amém!

DIA DOS PAIS


Papai,

Se eu já soubesse escrever, começaria dizendo que você foi a maior surpresa como pai. Quando eu estava na barriga da mamãe, jamais poderia imaginar que você seria esse paizão.
Desde o nascimento até todas as noites que você nem deixa a mamãe levantar quando eu choro... 
"Papai" foi a primeira palavra que eu falei e quase morro de felicidade todas as noites quando você chega do trabalho.

Amei você ter sido o unico pai presente na reunião da escola. Adorei você ter deixado a teoria do "nana nenê" de lado e me por pra dormir com vocês algumas noites...E eu adoro dormir segurando seu dedo, so pra saber que estou protegida...

Gosto como você me ensina a ser independente, me deixando levar o Nick pra passear na rua, me ensinando como colocar a comida na boca sem fazer "aquela" sujeira que a mamãe que morrer ( rs) , me deixando "lavar" o cabelo na hora do banho!
Eu ainda não converso com as minhas amiguinhas da escola, mas quando eu fizer isso, tenho certeza que vou dizer a elas que você é o melhor pai do mundo...

Tenho muito orgulho de ser sua filha!

Te amo muito!

Duda

Minha mãe mandou esse texto pro Fábio. Achei simplesmente perfeito:


PELOS OLHOS DE MANUELA   (Ricardo Allan)

' Outro dia, ela me disse: "Papai, tá tudo lindo!".  Mirei pela janela
do carro e vi céu azul, grama verde, ipês amarelos e a arquitetura de
Brasília.  Nada que me impressionasse, enfim.  Uma menina de três anos
percebe beleza onde  um adulto enxerga apenas monotonia.  No universo
infinito dos seus sentidos, as coisas têm cor, gosto, som, cheiro  e
tessitura singulares.
Vê-la descobrir a vida e aprender a usar as palavras é um espetáculo
único.  A realidade da minha filha é povoada de fadas, príncipes,
bruxas, deuses, heróis e vilões.  Nela, pedras conversam, vegetais
sentem e animais se emocionam.  As amizades são viscerais.  O
cotidiano é uma sucessão de histórias fantásticas, algumas mais
parecidas com viagens alucinógenas.
Na escala de    evolução intelectual, moral, espiritual e afetiva do
ser humano, as meninas estão no topo, seguidas das mulheres.  Só
depois, vêm os meninos.  Por último, os homens, causadores de quase
todo o flagelo existente.  Quem rouba a inocência de garotinhas,
merece destinos piores do que  morte.
Meninas têm lógica peculiar.  Num dia já longínquo, apressdado, disse
à minha filha que, se demorássemos, não encontraríamos o que era então
seu bem mais precioso.  A pergunta que se seguiu: "Papai, como é que a
chupeta vai fugir se você trancou  porta?"...  Em outra ocasião, ela
me pediu um cavalo de presente.  "Mas, meu amor, onde eu vou pôr um
cavalo?", indaguei.  "Você compra uma fazenda par ele morar lá, ué!".
Claro.
Segundo o ensinamento cristão, só se salva quem tem o coração puro
como o de uma criança.  Sou específio: a redenção está na riqueza de
alma das meninas.  Míope, astigmático e cético, prefiro vr pelos olhos
de Manuela, que deixam tudo mais verdadeiro, até o egoísmo e a
crueldade infantis.  Os meus só conseguem se maravilhar quando pousam
no seu rosto.
As pessoas costumam dizer para um pai estreante qu a vida dele mudará
para sempre.  Em geral, é um alerta para a responsabilidade de
sustentat e orentar alguém.  Depois que Manuela nasceu, de fato,
nuncamas fui o mesmo.  Não pelo peso, que não há.  Mas porque me
apaixonei perdidamente por ela.  Mal consigo conter a ansiedade pela
chegada de Olívia, que vem por aí."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

EU, A INSÔNIA E OS PENSAMENTOS...



Tá... 3:07 da manhã e eu aqui parecendo uma coruja... Eu e minha panturrilha  meus pensamentos... Insônia é sinônimo de não estar correndo, pra quem me conhece bem... Na corrida eu extravaso, choro, grito, dou risada, tiro os "bichos"de dentro de mim... daqui a duas horas, vou pra uma ressonância magnética ( coisas que você só consegue em São Paulo!), ver o que está acontecendo... Isso me tira o sono? Sim. Porque tenho uma prova daqui a 80 dias, que será seria a prova da vida, mas que pode estar condenada. Mas isso é um assunto tão, mas tão supérfluo, perto do que tirou meu sono hoje, que fica pra outro, ou talvez, nenhum post.

Meu pai, quando éramos pequenas, sempre dizia uma frase: "Filha, seja honesta e não vai ser rica. Mas pelo menos vai deitar sua cabeça no travesseiro e dormir com a consciência tranquila". Será um defeito você se envolver com os problemas das pessoas que você realmente gosta? Será um defeito, você conviver tanto tempo com um funcionário, acabar se afeiçoando a ele e ficar preocupada com o tipo de problema que você pode causá-lo se demiti-lo, se se desfizer de um negócio? Será que é certo algumas vezes na vida você tomar decisões sendo mais "egoísta", e não pensar na reação em cadeia que vem por trás da sua ação?

Eu acho bem clichê quando estou com um problema e uma pessoa me diz: "Olhe pro lado e você vai ver que tem pessoas em situação bem pior que a sua". Ou pelo menos achava até hoje. Tenho uma funcionária, que hoje veio me contar que o marido perdeu o emprego, ela sempre levou a casa dela "meio que nas costas", mas está cansada, esgotada, que o dinheiro agora só com o emprego dela, não pagam as contas BÁSICAS. Ela me contou que há alguns meses, vem cortando supermercado, comprando só o arroz e feijão, porque senão não tem dinheiro para pagar o aluguel. Ela é uma pessoa super sofrida, tem pouca idade, mas muita experiência de vida, e me corta o coração ver uma menina tão esforçada passando por tudo isso. Qualquer um pode pensar: "Ah, cada um no seu quadrado. Cada quadrado tem seus problemas, você tem os seus, ela tem os dela". Mas será que algum de nós já parou pra se colocar no lugar dessa menina? Será que algum de nós sabe o que é ter que escolher entre pagar o aluguel e por comida na casa? Com certeza, das pessoas do "meu quadrado" não. Podemos até nos colocar no lugar dela, mas SABER efetivamente o que é essa situação, isso não.

Eu convivo, por causa da minha profissão, e pelo monte de gente que conheço, com pessoas de quase todos os "quadrados". Para uns, o "problema do dia" é resolver qual garrafa de vinho vai tomar num jantar de amigos; para outros, resolver qual a sandália vai colocar pra ir ao shopping com as amigas; para outros, o problema é para onde ir nas férias; para outros, é fazer ou não um plano de saúde para não depender mais do SUS; para outros, é escolher um dos filhos que tem o que é mais urgente para fazer na boca, porque não pode pagar para os dois; e para outros é resolver o que vai ser: o aluguel ou a comida?

Eu tomei algumas decisões de vida esse ano. Decisões que não afetam só a mim, mas a pelo menos uma meia dúzia de pessoas. Demorei exatos 15 anos pra tomar coragem e resolver, mas ao longo desse tempo, a quantidade de pessoas que serão afetadas por ela, são muito maiores. Se eu tivesse tomado essa decisão aos 18, seriam apenas duas pessoas: minha mãe e meu pai. E talvez minha vida tivesse sido muito diferente. Talvez eu não morasse em São Paulo, não tivesse o Fábio, não tivesse a Duda, não tivesse na minha vida as "n"pessoas que amo ter ao meu lado hoje. Teria outra profissão, e também sei lá como estaria me sentindo hoje em relação a ela. Como eu disse no post anterior, o destino é algo que você não pode discutir o que passou, mas você pode mudar. Cedo ou tarde, por decisões "erradas" que você acha que tomou. Além das pessoas que estão à minha volta na minha vida pessoal, tenho pelo menos 200 pessoas que "dependem"de mim, que não posso simplesmente dizer: "Tchau, estou indo viver minha vida estou indo buscar meu caminho que eu nem sei se é este!". Se teve um valor que eu aprendi em casa foi a responsabilidade. Responsabilidade de terminar o que comecei, de não "pisar"nos outros para seguir meu caminho, se não prejudicar ninguém que tenha de alguma forma "acreditado"em mim...

Minha cabeça está uma confusão. Hoje, na volta do trabalho, vim exatos 41km chorando sem parar. Chorando de raiva de mim mesma por tomar uma decisão que afete tanta gente mas agora eu PRECISO disso pra ser feliz , chorando por ter feito uma escolha profissional tão errada e só ter tido coragem para mudar depois de QUINZE anos, chorando por ver que os problemas do meu quadrado são tão pequenos perto dos de algumas pessoas que convivem comigo, chorando porque gostaria de evitar que a Duda passasse por frustrações assim na vida mas sei que elas serão necessárias pro crescimento dela. Chorei porque fiz com que algumas pessoas muito importantes na minha vida, acreditassem e investissem em mim, e de alguma forma, gostaria de recompensá-las por isso.

Cheguei em casa, fui pro quarto da Duda, e pedi muito a Deus, que a guie pelo caminho certo na vida. Frustrações, tristezas, dissabores, todo mundo tem. Não quero que a vida dela seja perfeita, mas quero poder tentar ajudá-la a seguir um caminho independente do que nós, eu e o Fábio, pensemos...Quero que ela ligue menos para o que as pessoas achem dela e seja autêntica. Quero que ela escolha uma profissão que a permita ser feliz e, ao mesmo tempo, possa conquistar as coisas dela com as próprias pernas. São as poucas coisas que desejo... Ela já teve a "sorte" de nascer num quadrado que pode proporcioná-la mais chances... E, de verdade, quero de alguma forma, poder mostrar isso a ela muito antes do que eu aprendi...


domingo, 8 de julho de 2012

"AQUELA COISA CHAMADA SAUDADE..."

Acho que não existe uma coisa mais dolorida que saudade.Saudade de amigos, de família, de situações,de épocas vividas, e, por incrível que pareça, até mesmo de coisas que eu não vivi.

Esses dias, conversando com o Fábio sobre como nossa vida mudou depois da Duda, ele me disse uma frase, que, a princípio, até concordei, mas por algumas situações que passei essa semana, percebi que não é bem assim. Ele disse:"Foi bom termos aproveitado muito, porque só podemos ter saudade daquilo que já vivemos". Em parte isso é uma verdade, mas por outro lado, sabe aquela coisa que você espera, cria na sua cabeça como vai ser,e de repente, ela não acontece? É disso que estou falando: saudade da expectativa que você criou e não aconteceu...

Semana passada, um amigo meu da 8 série, postou essa foto:


Faz muito tempo! E lembro como se fosse hoje de cada uma dessas pessoas. A maioria se perdeu no tempo, ficamos anos sem ter notícia uns dos outros,e aí, pelo Facebook, nos achamos.É engraçado isso, né? O Fabio sempre fala que as amizades são cíclicas, que uns vão, outros vem, e poucos ficam. Eu sempre me recusei a aceitar essa teoria dele, mas é a mais pura verdade...E não é porque não queiramos que as pessoas permaneçam nas nossas vidas.É pura e simplesmente, pelo movimento da própria vida.

Eu não sei se é porque moramos em São Paulo, mas impressão que dá é que nunca temos tempo para nada. Não temos tempo para ver os amigos, para dar um telefonema, para levar o filho no Zoológico, para ir ver a família.Com o celular então, parece que todas essas coisas tornaram-se totalmente "supérfluas". Como eu tenho saudade de quando entrei na Faculdade e as minhas amigas de Brasília me escreviam cartas que guardo até hoje... 



E aqui nessa cidade louca, nesse corre-corre, passa um ano e você se dá conta que aquela amiga querida, que você fala quase todos os dias por mensagem, whats app, Facebook, que mora ao lado da sua casa, você não viu o ano inteiro...E assim a vida vai passando e a impressão que dá é que estamos acompanhando de fora, como num cinema, a nossa própria vida passar.

Há muitos dias, quando vou colocar a Duda para dormir, fico olhando pra ela, e já tenho saudade dessa fase que ela está. Num piscar de olhos, quando a gente menos esperar  ela vai estar enorme, indo pra balada, ou não rs, nem querendo mais dormir em casa, achando um "mico"dar um beijo na gente na porta da escola...



Sinto falta da minha mãe, com quem falo religiosamente todos os dias, mas não está fisicamente aqui ao meu lado... E, às vezes, um colo de mãe faz tanta falta... Saí de casa com 18 anos e não voltei mais. Quando ela falava sobre a saudade que tinha de mim, que telefonemas diários não eram suficientes para abrandar a falta, eu achava bobagem...Mas hoje, de verdade, meu maior desejo é que ela pudesse morar perto de mim...




E a ausência do meu pai... Essa é uma saudade que dói, que não passa, que apenas me acostumei com ela... Eu não tinha com ele a amizade que tenho com a minha mãe, mas ele tinha o jeito "Marcelo Viana" de ser, que faz muita falta. Engraçado, "piadista", tinha umas tiradas que só ele sabia fazer...



Tenho saudade até de quem está todos os dias ao meu lado. Pela correria, a Duda, coisas importantes pra fazer, o cansaço, o trânsito caótico, deixamos às vezes de lado, as coisas mais simples e gostosas da vida: sentar no sofá, tomar um vinho, conversar, perguntar como foi o dia, jantar à mesa (!). Há alguns dias estabelecemos uma regra em casa: pegar no telefone o mínimo possível depois que passamos da porta de entrada. Senão, fica cada um no seu mundo virtual e esquece do real. E nisso, pegamos muito um no pé do outro. Na verdade, mais o Fábio no meu que eu no dele. Tenho saudade das coisas boas que já vivemos, das viagens que fizemos, das corridas que podíamos fazer juntos (afinal, nos conhecemos por causa dela), mas como ele mesmo diz: "Ainda bem que fizemos tudo isso porque só assim podemos ter saudade". Hoje a nossa vida é muito diferente em função da Duda, mas muito mais colorida também. Acho que os filhos mudam o casamento pra melhor: mais companheirismo, mais cumplicidade (mais!!), muito mais amor. Quanto ao resto - as baladas, as viagens, as saídas - ainda estamos tentando nos adaptar, pela opção que fizemos de não ter uma babá. E não me arrependo nenhum minuto dessa escolha que fizemos.



Tenho saudade de todos os meus amigos: os que estão perto, os que estão longe, aqueles com quem só falo uma vez por ano, mas parece que nunca deixo de falar. São pessoas tão importantes na minha vida e que tenho "raiva" de mim mesma de deixar tanto tempo passar sem encontrá-los.

Ontem eu perdi uma amiga muito, mas muito querida. Pelo movimento da vida. Tínhamos várias coisas planejadas juntas, que esperávamos há muito tempo que acontecesse. E essas coisas que não aconteceram, vão deixar saudade. Ainda bem que desde o acidente que sofri quando eu estava grávida, eu procuro, sempre que tenho vontade, dizer às pessoas que estão ao meu lado, o quanto eu as amo. E com ela não foi diferente. Vai fazer uma falta gigante. Estou com um buraco no meu coração, mas cada dia mais, penso que Deus, o Universo, ou quer que seja que as pessoas acreditem, faz as coisas acontecerem da forma que tem que ser. E não cabe a mim, discutir essa coisa doida que se chama destino... 

Um dia li um texto perfeito sobre saudade, e um trecho é este:

"Saudade é temer a vinda do novo e teimar em achar que o velho sempre será a melhor parte dessa obra de arte, chamada vida." (o texto é maravilhoso, e está na íntegra, aqui )



terça-feira, 26 de junho de 2012

OS 25KM DA MARATONA DE SP

Como contei no post passado, o foco agora é a Maratona de Chicago. A planilha está indo de vento em popa! No sábado do dia 17/06, o meu treino eram 24km. No meio da semana, recebo um email do Miltinho, meu treinador, me perguntando se não gostaria de fazer os 25km da Maratona de SP. Detalhe: com ele me puxando.

Falando assim, parece fácil, mas o Miltinho é um corredor NATO. Tem maratona pra 2h49min, e ele me puxar, foi o mesmo que ele dizer: "Você vai morrer!". Tenho dois grandes amigos corredores, a Ju e o Frots, e, nas nossas brincadeiras, criamos a ZV ( zona de treinamento "vomitando") - rs. Pois com certeza, essa seria a zona de frequência da prova. Como adoro um desafio, mesmo morrendo de medo, resolvi aceitar. Mas antes de aceitar efetivamente, eu ainda tinha um segundo "probleminha": tinha que perguntar ao Fabio, se ok ele ficar com a Duda praticamente o dia todo, já que a chegada dos 25km eram na USP e eu não sabia como ia embora. Pra variar (amo), "Fabim" concordou e aí sim, pude dar a certeza pro Miltinho.

Um aluno dele conseguiu as inscrições em cima da hora ( que, diga-se de passagem, também corre muito), e, lá fui eu pro primeiro desafio do ano. Por causa desse aluno do Miltinho, largamos simplesmente, ATRÁS da elite! Uma coisa de louco! Aqueles caras que sonhamos  ver de perto, que correm a pace de 3:00 km/min, estavam bem ali, na minha frente. Além de mim, do Miltinho e do Mário, largaram conosco o Frots e a Isa - que tinha uma meta parecida com a minha (2h10min), por isso resolvemos ir juntar, para uma puxar a outra.

A meta do Miltinho para mim, era um pouco mais ousada: ele queria que eu fechasse os 25km em 2h05min! Saímos muito bem, porque não pegamos todo aquele "trânsito" de gente de uma prova como a Maratona de SP e já encaixamos o ritmo que ele queria. Confesso que nos primeiros km ainda olhava o Garmin, mas depois desencanei, porque ele e o Mario estavam verdadeiros relógios me puxando.

A prova foi TOP demais!!! Se eu fosse muito rica, ia sempre levar um "coelho"comigo rssss. Não me preocupei em pegar água, em jogar água na cabeça, em pegar gel. Estava a própria celebridade escoltada pelos dois! No km18, começaram as dores típicas de quem vai "quebrar", mas eles não me deixavam diminuir. O Mario me perguntou qual era meu recorde de meia maratona, e disse a ele que era 1h47min. Então ele me disse: "Você vai bater seu recorde de meia!! Vai passar pra 1h44min!!". A prova nem eram 21km, mas quando ele me disse isso, olhei no Garmin e vi que faltavam 800m para os 21, dei um gás, sabe lá Deus como e passei os 21km para exatamente 1h44min05s!!!!!

Dali pra frente, o que eu fizesse era lucro, mas sabia o plano que o Miltinho tinha pros 25km... Eu estava TODA travada, mas me veio à cabeça o treinamento, a fisio com o David Homsi , o Fabio cuidando da Duda. Ali não eram SÓ 25km... Era muita coisa envolvida. E fui... E quando faltavam 400m, que eu não tinha mais perna pra correr, o Miltinho e o Mario começaram a gritar: "Vaaaiiii, vaiiiii Debs!!". E quando passou o pórtico, que eu olhei pro Garmin: 2h05min49s!!!! E olho pra frente, quem está ali? Meu fisio, o David! Aí não deu pra segurar a choradeira, né?! E já emendou num telefonema pro Fabio para contar do tempo!

Foi uma prova muito especial. Além de terminar no tempo planejado, pude ver com quantas pessoas posso contar! Quem diz que corrida é um esporte individual, está muito, mas muito enganado! Outra prova disso que estou falando, veio duas horas depois, quando terminamos a maratona com a Renata, uma amiga muito especial!

Ainda faltam quatro meses para a maratona, sei que tem chão, mas me sinto cada vez mais bem preparada para esse desafio gigante que vem por aí...

A META ATINGIDA!!!
À ESQUERDA O FROTS E À DIREITA O DAVID HOMSI


OS AMIGOS MARA QUE A CORRIDA ME TROUXE!

DA ESQUERDA PARA A DIREITA: ISA, RÊ, EU, MILTINHO E DANILO

DUAS PESSOAS QUE EU AMO E PONTO. JU E FROTS!

A RAZÃO DE TUDO NA MINHA VIDA <3

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A PRIMEIRA MEIA MARATONA DEPOIS DA DUDA!

Esse post, na verdade, era para ter sido escrito em novembro do ano passado. Queria ter aproveitado toda a sensação maravilhosa depois da prova pra escrever, mas não deu. Confesso que dei uma desencanada do blog, porque, na verdade, ele foi feito pra compartilhar as experiências de uma corredora grávida,né?

Mas, esses dias, recebi um email muito fofo, de uma "amiga virtual" do sul, que também correu a gravidez toda, me disse que o blog tinha sido meio que uma "fonte de inspiração" para ela correr e me perguntou o porquê de eu ter parado de postar. Não só dela,mas recebi alguns emails ao longo desses meses, me perguntando se eu já tinha voltado a correr, como estava conciliando com a vida de mãe,enfim...

Acho que até pelo meu momento atual, seja legal eu voltar a postar novamente. Depois da meia de Brasília, tive uma fratura por stress, já me recuperei e já estou em pleno treinamento para a maratona de Chicago! A primeira maratona, enfim, não parece mais um sonho tão distante.

Mas primeiro, vamos a Brasília. A meia foi dia 6 de novembro. Voltei a treinar a corrida com assessoria, em agosto, então, não tinha tanto tempo assim pra me preparar, e ainda tinha o "agravante" de estar 4 kg ainda acima do meu peso de quando engravidei. Meu treinador me explicou que mesmo eu tendo uma boa base, seria um treinamento duro, porque tínhamos pouco tempo e eu esta há quase sete meses sem correr.

Para treinar pra essa meia, os treinos foram divididos em duas vezes por semana na esteira e um longo no sábado na USP. Eu odeio correr na esteira, mas, como não temos babá, os dois fazem academia, os dois correm, tem o trabalho, etc, tivemos que fazer um revezamento por aqui. Então, as terças e quintas eram os meus dias de treinar. O porém, é que eram só esses os dias que eu dispunha pra isso, então, além da corrida neste dia, tive que conciliar a musculação. Para isso, acordava as 4:30 da manhã, para chegar na academia às 5, correr até às 6 e fazer musculação das 6 às 7. Juro que foram três meses sofridos, porque meu corpo não estava acostumado com esse novo horário, e, vamos combinar, que isso é uma "agressão" ao corpo, a não ser que você consiga dormir às 8 da noite ( o que, definitivamente, não era o caso aqui rs).

Mas, eu além de ser disciplinada, sou muito competitiva comigo mesma, sabia que mesmo que "MORRESSE", iria treinar pra essa prova.

Não tenho como não falar do apoio incondicional do Fabio. Quando decidi fazer essa prova, ainda amamentando, ele me disse: "Vamos nos virar pra você fazer essa meia". E assim mesmo foi. Como disse antes, ele também corre, e também iria fazer a meia de Brasília comigo, então, ele também tinha que treinar. Durante a semana ok, porque revezávamos os dias, mas o sábado chegava a ser engraçado. Eu ia pra USP antes, às 5:30, fazia meu longo, e quando terminava, lá estava ele chegando com a Duda e toda a sua parafernália. Aí, ele ia correr, e eu ficava andando com ela de carrinho pela USP. Toda essa operação de guerra, que começava às 5 da manhã, só terminava lá pelas 11, hora que chegávamos de volta em casa.

E, finalmente, chegou o dia da prova. O dia estava lindo, vários amigos foram também pra fazer essa meia, e o percurso era muito favorável a um tempo bom: os sete primeiros km de descida. Eu, quando estou numa prova, me deixo contagiar pela adrenalina. Saí "apavorando" na largada e ouvi o Fabio gritar: "Vai devagar, senão você vai quebrar!". Você acatou? Nem eu! kkkkkkkkkkk

Os doze primeiros km fiz muito forte. Encontrei um amigo que estava a mais de 12km/h, e assim fomos juntos até o 12km. Mas aí - rsrs- as descidas acabaram, e começou uma subida chata, que diminuiu muito meu ritmo. Confesso que no 18km, olhava para os lados procurando uma ambulância - kkkkkkkkk -, e ainda bem que não achei nenhuma!

No 20km, váááários amigos gritando, incentivando e aí não deu pra segurar o choro. Fui chorando do 20 ao final, compulsivamente, passando um filme do último ano da minha vida na minha cabeça, de como ela tinha mudado com a Duda, e, de como tínhamos nos adaptado a essa nova realidade. Chorei de felicidade, de saber que o que muitos falavam pra mim - de que ter a Duda ia me impedir de correr pela loucura da rotina- não era verdade, chorei por ter um marido tão companheiro e participativo, que não só me apoiou com palavras, mas também com atitudes, muitas vezes abdicando de treinos dele pra que eu pudesse treinar. Pra coroar ainda mais essa meia tão especial, bati meu recorde em 21km: terminei a prova em 1h:47min!!!

Enfim, essa meia foi muito especial, porque marcou não só meu retorno às corridas, mas também a certeza de que estamos fazendo a coisa certa: desde o início não quisemos babá, quisemos curtir cada momento, participar de cada conquista dela, e para isso, precisamos abrir mão sim, de coisas como a balada - que adorávamos- mas não de uma vida saudável e da corrrida, que sempre amamos.

O combinado depois da meia foi: 2012 eu faria Maratona de Chicago e em 2013 será o ano do Fabio treinar pro Ironman de 2014. Mas esses já são assuntos pra outro post!

PS: a camiseta aí da foto, mandei fazer especialmente para essa prova. Não teria como não deidcar esses 21km aos dois amores da minha vida! (camiseta feito pelo Augusto, da vamos correndo.)




Na largada
Com os amigos antes da largada!


O sacrifício...

 



O choro...
A recompensa...

E essa medalha foi pra ela...